Gastronomia

Revitalização gastronômica

Cinco áreas da cidade ganham vida com recente safra de bares e restaurantes

Por Bruna Velon

Em momento de crise - com estabelecimentos encerrando suas operações e a insegurança deixando cariocas acuados em casa -, bares e restaurantes, propositalmente ou não, estão dando novo movimento à regiões da cidade. Áreas antes ermas, sem frequência constante ou que serviam apenas de passagem, conquistam frequentadores devido à oferta concentrada de novos empreendimentos, que se unem a veteranos, desenhando um bem-vindo fluxo no mapa da gastronomia e do entretenimento carioca. Neste Top5, listamos cinco polos onde está acontecendo esta revitalização gastronômica, que está movimentando a cidade, provocando burburinho, gerando empregos e, claro, com serviço de qualidade.

Aterro do Flamengo

Xian Rio | Tomas Rangel
restaurantes no aterro do flamengo

Em cenário de cartão-postal, contornando a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar, a região do Aterro do Flamengo, Glória e Centro começou a ganhar novos ares com a reforma da Marina da Glória e a construção do Bossa Nova Mall. De lá para cá, diversos restaurantes abriram em um dos pontos mais privilegiados da cidade.

O Assador Rio's, o mais recente, surge onde funcionou a emblemática churrascaria Porcão Rio's. A nova casa, cujo investimento foi de R$ 10 milhões, também opera em sistema rodízio (R$136). Cortes clássicos desfilam pelo amplo salão (com janelões de vidro valorizando a paisagem, é claro), junto com Bife Ancho, Tomahawk, Bife de Chorizo, Shoulder Steak e French Rack de cordeiro. 

Mais à frente, o complexo gastronômico da Marina da Glória reúne cozinhas de diversas partes do mundo. Recém-chegado, o Bota - sob tutela do chef Joca Mesquita e carta de vinhos por Danio Braga - apresenta menu italiano com pitadas brasileiras, com ingredientes locais e sazonais.  Já o Corrientes 348 prepara carnes assadas em parrilas argentinas. Uma vez lá, faça como os hermanos: vá de bife de chorizo (R$89 ou R$132) ou assado de tira (R$72 ou R$98). Opção asiática, o veterano Soho prepara culinária japonesa contemporânea.

O já consagrado Laguiole, restaurante no Museu de Arte Moderna (MAM-Rio), está com novidades desde o início do ano: o chef Ricardo Lapeyre retornou ao grupo do restaurateur Marcelo Torres, agora como chef executivo de todas as casas. O serviço a la carte deixou de ser servido, dando lugar ao menu de preço fixo (R$124), com criações do dia.

Outro estabelecimento do grupo, o Xian Rio (foto) foi aberto no final de 2017, fica no Bossa Nova Mall, ao lado do aeroporto Santos Dumont (excelente para quem está em trânsito). O espaço tem 3mil m², divididos entre lounge, restaurante e club, e vista privilegiada para Pão de Açúcar e Cristo Redentor. A cozinha é asiática contemporânea e os excelentes coquetéis são assinados por Rod Werner. Também no Bossa Nova Mall, boas opções são o Burger Joint e o restaurante Vamo, especializado em carnes. 

Jockey Club | Gávea & Jardim Botânico

Filico
restaurantes jockey club do rio

Em trecho da Gávea e Jardim Botânico paralelo à Lagoa, o Jockey Club era somente frequentado por sócios e apostadores de cavalos. Público em geral somente em eventos esporádicos. No entanto, recentemente, a instituição apostou na gastronomia para dar cara nova ao lugar. 

De dia e à noite, é possível curtir a visual exuberante para o Cristo Redentor e Lagoa, além da vista privilegiada para a reta final da pista de corrida dos cavalos. Inaugurada no final de 2017, a Casa Camolese tem restaurante, bar, cervejaria, café, delicatessen, clube de jazz, além de um jardim com mesas compartilhadas em estilo biergarten. Programa completo. Também versátil, o Inverso Gávea (foto) é uma opção para almoço, happy-hour e até jantares românticos à luz de velas, com programação musical ao vivo em alguns dias da semana. Gastronomia brasileira e coquetéis podem ser apreciados nas aprazíveis mesas ao ar livre. 

Para um jantar impecável no Jockey Club, preparado pelo talentoso chef Ignácio Peixoto, a pedida é o bistrô francês Bagatelle Rio, que funciona apenas como restaurante até às 21h30. A partir deste horário, as luzes baixam, o DJ entra em cena e a música sobe. Então, a refeição ganha ares de balada. Ali perto, o Prado.Co oferece deque de madeira, onde são servidas diversas opções de peixes e frutos do mar. O local é uma boa pedida para esticar depois do Baixo Gávea: a casa serve pizzas até às 4h, de quinta a sábado. 

O Jockey Club ainda conta com os veteranos Rubaiyat (casa de carnes), Victória (cozinha variada) e Palaphita Gávea (bar e festas). 



Praça Nossa Senhora da Paz | Ipanema

Tomás Rangel
restaurantes em ipanema praça nossa senhora da paz

A praça Nossa Senhora da Paz passou três anos fechada por conta das obras do metrô, período no qual os estabelecimentos ao redor penaram. Reaberta em 2016, a região voltou a ser uma das mais badaladas de Ipanema. O grupo 14Zero3 abriu duas casas vizinhas, na rua Barão da Torre: a trattoria Pici e o grego Óia, sob comando do chef Elia Schramm.  A fórmula do grupo está no custo-benefício, que fica evidente nas filas que se formam nas portas dos restaurantes todos os dias. Na mesma calçada, o Club Hippopotamus, empreendimento de Ricardo Amaral, conta com restaurante, bar, charutaria e pista de dança. O acesso é permitido apenas para sócios ou convidados.

Mais descontraída, a rede TT Burger acaba de fincar sua primeira bandeira em Ipanema, com espaço multifuncional de três andares, onde são servidos os sanduíches criados por Thomas Troisgros. Se a sua praia são os drinques, indispensável conhecer o Nosso (foto), bar com carta especializada em rum, liderada por Tai Barbin. O chef Bruno Katz é outro trunfo da casa: da cozinha integrada ao balcão saem os impecáveis ceviche com sorbet de manga e chips (R$42) e os dadinhos de gruyére com ragu de rabada (R$42). 

Em breve, ainda no primeiro semestre de 2018, o afamado café da manhã do Empório Jardim, que conta com unidades no Jardim Botânico e Gávea, chega ao entorno da praça Nossa Senhora da Paz para o dia nessa quadra de Ipanema começar feliz. 

Praça da Bandeira

Kalango | Facebook
polo gastronomico praça da bandeira

O polo gastronômico da Praça da Bandeira tem vocações bem definidas: petiscos e cervejas artesanais. Foi lá onde despontou para o mundo o bolinho de feijoada, há 15 anos, na cozinha do Aconchego Carioca, de Kátia Barbosa. A novidade é que o restaurante, que atraiu a atenção dos cariocas para o bairro, está de casa nova, na mesma rua (a Barão de Iguatemi, que concentra a maioria dos estabelecimentos da região). Faz companhia aos pratos clássicos da casa a cerveja Aconchego 15 anos, em parceria com a Jeffrey.

Também na Praça da Bandeira, Kátia abriu, em 2017, junto com Emerson Pedroza, o Bar Kalango (foto), de cozinha inspirada no sertão nordestino. Além dos pratos executivos que mudam a cada dia (R$25), a ala de petiscos é memorável. Vizinho ao Kalango, o Urbanito, de comida urbana e cervejas artesanais, engrossa o time de estreias na Praça da Bandeira. Aos domingos, o endereço serve também brunch, de meio-dia às 16h, ao preço fixo de R$ 29,90. 

Outra novidade cervejeira é a recente Bottobier Express, loja do premiado Leonardo Botto. O espaço vende os chopes da casa, seja em barris ou growlers, com programação etílica intensa. Nos arredores, fica o Botto Bar, desde 2013, com 20 bicas de chope. Para molhar a palavra na Praça da Bandeira, inaugurado em 2016, o Hop Lab é outro estabelecimento premiado, com 30 torneiras de chopes. 

Veteranos imperdíveis na região: petiscos e cervejas artesanais no Bar da Frente; rodízio de comida caseira e batidas na Noo Cachaçaria; e galeto no Rex. 

Quiosques da orla

Pesqueiro | Marcos Rocha
quiosques na orla do Rio

Se por décadas os quiosques das praias do Rio estiveram entregues às moscas, vendendo cerveja quente e pacote de batata frita industrializada, hoje a maré começa a virar. No último ano, quiosques surgiram, outros foram revitalizados, fazendo com que cariocas e turistas encontrassem um porto seguro para estacionar no calçadão. 

Reformulado recentemente, o Pesqueiro (foto), na Praia da Reserva, na Zona Oeste, é especializado em frutos do mar. O camarão ao alho e óleo (R$80) e o mix de frutos do mar (R$149) são excelentes pedidas. Para acompanhar, drinques assinados por Alex Mesquita e Lelo Forti, da Mixxing

Na praia do Leblon, o Azur, do chef Pedro de Artagão, serve porções deliciosas de lulas crocantes (R$45 / R$74), mexilhões à provençal (R$41 / R$68), entre outras receitas com frutos do mar. Para bebericar, gim tônicas e jarras de sangrias são boas pedidas. Ao lado, outro destaque é o Cafe de la Musique Beach, marca badalada no cenário internacional. No menu, receitas frescas, como ceviche (R$52) e o stake tartare (R$48). Para harmonizar com o clima praiano, o drinque Menino do Rio: gim Bombay, Contreau, syrup de erva-mate, suco de limão tahiti e espuma e fatia de gengibre (R$35). 

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