“A vida já anda muito difícil, o Nolita é um lugar para descontrair”, pontua o restaurateur Marcelo Torres enquanto revela o storytelling que deu origem ao conceito de seu sexto restaurante no Rio. “Nolita é uma “esquila” descolada, sagaz, cool. Ela passava a vida entre Nova York e Itália. Um belo dia se deu conta de que deveria conhecer outros lugares. Veio para o Rio e adorou”. 

O enredo tem tudo a ver com o cardápio divertido do Nolita, no Village Mall, com boas pedidas para compartilhar. Dos fornos saem seis receitas de flat bread  (de R$22 a R$48) - um meio termo entre pizza e pão, com massa fermentada durante 100 horas, que também servem de base para as pizzas (R$32-R$78). Leve, leve. Outro trunfo da casa são as pastas artesanais. Como bom NY style, não poderia faltar o Carbonara (R$48), servido na frigideira, e o gratinado mac and cheese (R$78), turbinado com lagosta e trufas. A lasanha de ossobuco (R$68) também é digna de todas as calorias. 

Para finalizar, aquele momento em que os Instagrammers piram: as sobremesas tridimensionais de Felipe Appia, que têm de coloridas e chamativas o que têm de deliciosas. O Nuvem Nolita diverte o olhar e a boca: degustação de sorvetes de brownie, morango, doce de leite, menta com chocolate e pistache envoltos por algodão doce azul, salpicado de granulado colorido. O menu conta também com cheesecake (R$26), é claro, que já nasce como um dos mais-mais da cidade. Uma carta de milkshakes está disponível no charmoso café e bar localizado do lado de fora do restaurante. 

Outra novidade "kind of" New York, "mezzo" Roma, o Luce Cucina & Carbone abriu as portas no Fashion Mall, em São Conrado. Sempre cheio aos finais de semana, o bar de coquetéis é um bom começo para a espera (R$29 cada). A casa faz parte do grupo 14Zero3, que vem ganhando fama pelos restaurantes de bom custo benefício (Pici, Óia e Brasserie Mimolete), com Elia Schramm no posto de chef executivo. O menu executivo em três etapas custa R$42 (segunda a sexta, das 12h às 16h). 

De início, crudo de wagyu trufado, com avelã tostada e geminha de codorna (R$29) - aquele estouro. Entre os principais, a pasta Vodka (R$49), com molho de tomate cremosíssimo envolvendo os tubinhos rigatone, que tem base flambada no destilado homônimo. Servido em prato fundo, a colher é efetiva na hora raspar o molho que sobra no fundinho. Hit já é o Funghi al Tartufo (R$57) com capellini fresco, massa fresca da casa, impecável.

Da brasa saem o polpetone de wagyu recheado de mussarela, guarnecido por espaguete na manteiga de sálvia (R$48), e a Bisteca a la Fiorentina (R$168 - duas pessoas), com dois acompanhamentos à escolha do comensal. Para finalizar: o clássico tiramisú (R$25) ou a paglia italiana de brigadeiro branco salpicado com o mais norte-americano dos biscoitos recheados: Oreo (foto). Totalmente #foodporn, para toda a mesa meter a colher.

Os antenados em gastronomia já ouviram bastante por aí sobre o conceito "farm to table" (da fazenda para a mesa), super em voga nos restaurantes de NY: o uso de ingredientes locais, respeitando a sua sazonalidade. A prática possibilita o consumo de alimentos frescos e mais saborosos nas receitas, além de mais criatividade e liberdade para os cozinheiros. É o caso do chef Lucio Vieira, a frente do Lilia, um dos restaurantes mais autênticos no momento. 

A casa abre somente de segunda a sábado para almoço. O menu completo - com couvert, entrada, principal e sobremesa - custa R$50 e é publicado diariamente no Facebook e Instagram do restaurante (são sempre três opções para cada etapa, inclusive, vegetarianas). Nos pratos de cerâmica, Lucio valoriza o preparo de Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs), legumes, verduras e frutas, dando-lhes o protagonismo merecido. Peixes exóticos e carnes de longo cozimento são frequentes. A ala das sobremesas também sempre surpreende. 

Outro diferencial do chef foi alocar um restaurante de conceito contemporâneo longe dos bairros da moda  e instalar-se  no segundo andar de um sobrado discreto na Lapa. De decoração charmosa, o local é confortável e cheio de personalidade, que remete a estabelecimentos do Brooklyn e Williamsburg, mas com ingredientes totalmente "coisa nossa". 

O South Ferro poderia estar numa esquina de Nova York ou ser um daqueles lugares descolados que andam na moda em Pinheiros, o bairro do momento em São Paulo. No entanto, o restaurante com decoração minimalista e atendimento cordial fica numa (ainda) pacata rua de Botafogo. Com este perfil, não poderia faltar no cardápio da casa um brunch.

Quinzenalmente, aos domingos, das 12h às 15h, são servidos dois modelos de brunch. Na versão a la carte, receitas como eggs benedicts (R$36) e dumplings recheados de couve flor gratinada e alho (R$ 24) são imperdíveis. Já o menu "sem limite" (R$84) oferece rodízio de acompanhamentos. O cliente escolhe uma proteína (peixe do dia, costela de boi, bife de ancho ou milanesa de porco) e se delicia com os acompanhamentos circulando pelo pequeno salão. É pra deixar qualquer um de olho grande. 

Além do brunch, super popular em Nova York, a casa também prepara lámens, pizzas, massas, panquecas… e qualquer semelhança não é mera coincidência. O chef da casa é o nova-iorquino, filho de um chinês e uma japonesa, Sei Shiroma, também a frente da badalada pizzaria Ferro & Farinha, no Catete. 

Pastrami, picles, mostarda e maionese são itens recorrentes nos cardápios nova-iorquinos (vide o mundialmente famoso Katz's Delicatessen e o charmoso Harry & Ida's), além de maionese, kimchi, bacon, hambúrguer.... Os quatro primeiros ingredientes são a receita do sanduíche mais vendido da Curadoria (R$34). O ponto fixo, na Barra da Tijuca, é novidade, mas o pastrami artesanal já é velho e bom conhecido no Bar do Momo, por exemplo. A cozinha onde a chapa esquenta é 100% aberta para o público, com música alta animando o salão, por onde circula o staff descolado.

 

Outra estrela da Curadoria, presente em diversas receitas, é o bacon (se der sorte, poderá ganhar, como cortesia, fatias crocantes penduradas num cabide, apresentação que diverte os comensais). A Tábua de Charcutaria (R$60 - foto), com bacon, pastrami, lombo canadense (60g de cada item), picles, kimchi e molho de pimenta é excelente para provar as iguarias da casa. Os dois hambúrgueres entram no páreo das difíceis escolhas do cardápio: blend de peito, acém e bacon, maionese, picles, cebola roxa, queijo cheddar e tiras de bacon,  e blend de sobrepaleta suína e bacon, maionese de manjericão, queijo minas padrão e salada, ambos no pão brioche (R$ 30 cada). 

Para acompanhar a farra gastronômica, o mate da casa (R$12) e drinques elaborados em parceria com Jessica Sanchez, bartender do Vizinho Gastrobar, que faz jus ao nome e fica a poucos passos da Curadoria. Experimente a G&T (R$28), com tônica elaborada com as mesmas especiarias utilizadas no processo de cura das carnes.