Abriu as portas em junho de 2016 uma das mais surpreendentes experiências gastronômicas do Rio, não duvide, numa bela casa dos anos 20, com pé direito alto, de frente para o verde exuberante do parque Jardim Botânico. Toda a delicadeza da área externa, do salão coroado com uma árvore frutífera ao centro e da chef Inês Braconnot (se encontrá-la pelo salão, convide-a para uma conversa enriquecedora) vai de encontro aos pratos sutis que são preparados na cozinha sem fogão. O Ró é o primeiro restaurante de alta gastronomia do Brasil que segue a escola da raw-food (que disseminou o hoje popular suco verde), onde todas as receitas são preparadas com ingredientes crus ou no máximo aquecidos a 42 graus. No almoço, há menu executivo e à noite o menu degustação, com preparos como o Coral Negro (alga nori, palmito com wasabi, legumes, molho oriental e chutney de pimenta biquinho), Runas de Beterraba (massinha de beterraba, creme de castanhas, tinta amarela de pimentão, flor de tomate e pesto de rúcula) e o Cenário para Cogumelos  (creme de cogumelos, bananas desidratadas, back de couve e molho de tomate). A casa oferece ainda uma excelente carta de vinhos e drinques, que fazem companhia às tapas vegetarianas, indicadas para um happy-hour.

O imóvel por si só já vale a visita. Trata-se de uma charmosa casa tombada no início da Rua Visconde de Caravelas, em Botafogo, geralmente com um simpático fusquinha estacionado na porta. Tratam-se das duas paixões da chef Nathalie Passos, que pilota o carro e os fogões deste bistrô vegetariano. Formada no Natural Gourmet Institute for Health and Culinary Arts, de Nova York, Nathalie criou receitas espetaculares a exemplo do  tomate cake (R$ 27,90). O bolinho leva o fruto na massa e também na cobertura na forma de uma saborosa geleia intercalada com ricota de búfala defumada. Inspiração dos restaurantes latinos norte-americanos, o milho cubano (R$ 17,90) traz as espigas besuntadas com creme de páprica e amêndoas. Já entre os principais, a clássica lasanha de abobrinha é simplesmente espetacular (R$ 32,90) em função da ricota temperada e do molho de tomate orgânico feito por lá. Saladinha verde do dia acompanha a pedida.

Por lá a carne nem chega perto. Comandado pela jovem e simpática Tati Lund, formada no Natural Gourmet Institute for Health and Culinary Arts, de Nova York, a casa aconchegante e bem decorada usa e abusa de alimentos orgânicos. Não deixe de experimentar na ala das entradas o Bolinho de quinoa, com dip de damasco e gengibre (R$24). Como pedida principal, dois pratos dividem o rótulo de favorito do público. O primeiro é o Salpicão Sensacional da Tati, feito com vegetais frescos, tofu defumado, chips de batata doce e maionese de castanha de caju (R$ 22). O outro é a feijoada vegetariana, com farofa de beterraba, arroz integral e couve (R$42,90) servida sempre sextas e sábados. Acredite: vale a pena.

Idealizado por três amigos, o simpático restaurante funciona na Praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho. Trata-se de um paraíso para os vegetarianos. Na cozinha, nada de carne. E no salão diversas ações que incentivam reciclagem e proteção ao meio ambiente. Mas nada disso funcionaria se a comida não fosse boa. E ela é. Diariamente dois pratos são servidos – o site da casa é atualizado diariamente informando as opções que são vendidas por R$ 34. São criações a exemplo do sensacional bobó de cogumelos ladeado por mix de grãos integrais, farofa de castanha com chia e alho-poró, e bananas desidratadas. A partir das 16h, entram em cartaz sanduíches sempre com opções veganas e sem glúten. Não deixe de provar também os sucos feitos apenas com frutas frescas, sem adição de água.

Inaugurado no rooftop do Museu de Arte Rio, o MAR, a casa dedicada à gastronomia brasileira aportou no elegante Complexo Lagoon. Antes de explorar o cardápio, vale prestar atenção nas fotos das andanças do chef baiano Marcones Deus pelo país que servem de decoração no salão. Acomodado, caso queira fugir dos pratos com camarão, carne de sol e peixes brasileiros, vá direto no Nhoque de milho com palmito pupunha gratinado (R$48): simplesmente sensacional. Outra bela pedida é o fettuccine de pupunha com agrião e manjericão ao molho tucupi e castanha do Pará (R$49). Mas outro prato inusitado e que vale muito a visita é o picadinho de caju (R$ 59). O prato abusa de originalidade e criatividade. A começar pela apresentação. É muito difícil acreditar que não estamos diante de cubos de mignon. Os pedaços da fruta com textura e sabor deliciosos chegam coroados por uma gema de ovo orgânico e ladeados por batatas coroadas e uma sensacional farofa de shitake.