A voz inconfundível e a risada escancarada são as marcas registradas do cantor, compositor e ator Serjão Loroza. Cria de Madureira - casa das escolas de samba Império Serrano e Portela, do Pagode da Tia Doca, do baile charme mais famoso o Rio de Janeiro, entre outras pérolas culturais da cidade -, de berço, o artista tem contato com a música e com a boêmia. Como quem nasce aos seus não degenera, Loroza versa sobre tais temas com propriedade, com conhecimento de causa. Tanto é que além de fazer shows em todo o país, em 2016, ele estreou o programa “Rua para toda gula”, no qual explorava as riquezas gastronômicas das barracas, carrocinhas e afins da cidade. Mas, aqui, o tema da lista feita por ele é birita gelada, uma paixão verdadeira do artista.
E fica a dica: quem quiser tomar uma gelada assistindo a um show de Serjão Loroza, no próximo dia 16, quinta-feira, o artista lança seu novo projeto Loroza Brass Band, no Teatro Rival.
"Fica no Cachambi e tem essa brincadeira com beer (cerveja, em inglês). A grande especialidade mesmo é a costela no bafo, o que me atraiu para lá, que é feita num forno no meio da rua. O cara bota as costelas e vai assando ali. Acabei ficando amigo do cara, o Marcelo Novaes, dono da parada, e ele se amarra em tomar aquele chope garotinho. Ele vai tomando e, no final do dia, já tomou 42 garotinhos. Enquanto ele esta lá, fica tirando chope pra ele e pra tu, e é um chope geladinho".
"Fica na Tramela, no bairro da Abolição. Perto da casa do meu pai, fica entre os clubes River (funk e charme), Sambola (samba) e Vera Cruz (charme). Vende uma cervejinha sempre bem gelada e com petiscos legais. Você fica quatro horas e , quando vem a conta, você não acredita, é muito barato. Você pede coisa pra caramba e é barato. É bem subúrbio, bem roots, diferente".
"Fica no Irajá, entre o Largo do Bicão e Vaz lobo. É grill porque tem uns churrasquinhos, coração de galinha, frango, picanha, linguiça, queijo coalho. Sempre rola uns petiscos inspirados em churrasco. A cerveja sempre bem gelada. Eu sou um cara da Pilsen. Às vezes eu bebo outras cervejas quando tem parceiro que é bebedor e entende da parada. Eu sou ratão. Eu sou da Pilsen e gosto da pilsen porque é uma cerveja que dá pra gente beber mais, uma quantidade maior".
"Fica na Praça da Bandeira e em um circuito de bares legais ali na região, como o Bar da Frente. O Bar da Dida se especializou em comida afro-brasileira, morou? As paradas são temáticas assim nessa onda afro. É tudo cheio de sacanagem, meio gourmetizado, tipo bolinho de feijoada, essas coisas. Eu falo da comida porque, para um bom bebedor, melhor beber comendo, pra não ficar de vacilação. Eu prefiro dar uma comidinha sempre, sempre beliscando, pra ser maneiro".
"Fica no Largo dos Leões, é um dos poucos que conheço na Zona Sul que tem essa pegada mais descontraída, sem se levar muito a sério. Isso é importante pra caramba pra se tomar uma cervejinha na boa. Você é bem tratado e tem cerveja gelada. Isso é importantíssimo. A cerveja tem que estar gelada, senão fodeu".