"Não bastasse ser a mais recente novidade da cidade, o Madrid nasceu tradicional tocado por dois primos de família espanhola que manjam tudo do riscado. Nada ali dá errado. As batidas (coco, gengibre e maracujá - R$5) são perfeitas. Os tira-gosto não ficam atrás e saem da cozinha, comandada pelo Chico, outro achado dos meninos, dentro da melhor tradição de um botequim de verdade. Sem assessoria de imprensa, sem firula, tem palito de madeira, guardanapo que não limpa, foto de Getúlio Vargas e de Leonel Brizola na parede ao lado de Julio Iglesias, um ícone dos Quintans. Digo sem medo do erro: é o melhor botequim da cidade, e na Tijuca!".

"Esse é botequim em estado bruto, dos vagabundos aos quais Aldir Blanc não resiste, como eu. Pra comer? Nada. Mas bebe-se uma cerveja sempre estupidamente gelada a um dos mais honestos preços da região (fica na Tijuca mas pode-se dizer que na Praça da Bandeira também) e - o mais importante - respira-se um ar que rareia cada vez mais: o que vem da verdadeira atmosfera dos botequins frequentados por gente do povo, gente da pele preta pra quem se torce o nariz nos mais limpinhos que esculhambam nossa melhor tradição. E meia-hora de papo com o Paulo no balcão, o dono, vale mais que Doutorado".

"Esse, que tem pastelaria no nome (ninguém lá sabe dizer por quê), é outro portento, no Largo da Segunda-Feira, na Delgado de Carvalho, cuja visita vale se for apenas pra provar do Leite da Macaca (R$6), uma batida que, cumprindo a função, faz você se sentir na selva no primeiro gole, ver a macaca no segundo e ficar completamente apaixonado pela macaca antes do fim da dose. Não tem barman, não tem drinkeiro, não tem mixologista, esses troços que andam inundando os botequins (falsos) da cidade. Comida de primeira,  exibida num balcão cheio de legumes frescos e cozidos, destaque pra carne-seca e pra dobradinha do jeito que o freguês pedir".

"É o único botequim da cidade - na Tijuca, graças aos deuses! - que serve cu de frango, que os mais pudicos preferem chamar de sambiquira. Durante o dia, até o cair da tarde, é o próprio Joel que está no comando. Bom de papo, cerveja sempre trincando, um cozinheiro fanático pelo Palmeiras que prepara maravilhas a preços que só na Tijuca tem!, e perto de um ponto do jogo do bicho e de um chaveiro, elementos que dão ao botequim, ainda mais, a aura definitiva que comove a alma de quem quer autenticidade e não visibilidade. Um tesouro!, na Doutor Satamini, pertinho do metrô da Afonso Pena".

"Na Professor Gabizo, esse botequim serve, de longe, o mais gostoso bolinho de bacalhau de que se tem notícia. Igual, e mesmo assim é difícil, só na Terrinha. Tem o tamanho ideal pra acompanhar a cerveja ou o vinho em caneca, um preço inacreditável (depois de anos a 1 real, agora custa R$ 1,50), quase nenhuma batata e muito bacalhau com tempero na medida. Às vésperas dos Natais, há cenas de guerra na calçada com batalhões de cristãos e ateus disputando a tapa as levas de centenas de bolinhos que saem fumegando da cozinha. Um grande achado, um imenso tesouro".