O século XIX, um caldeirão efervescente composto pela corte portuguesa, escravos africanos, indígenas e o surgimento de novas classes sociais e atividades mercantis, foi responsável pela cozinha carioca tal e qual ela é hoje, e a cidade ainda conserva estas relíquias gastronômicas.Tais estabelecimentos, mais que centenários, estão bem guardados, todos eles no Centro do Rio, onde a urbanização começou. Conhecer os bares e restaurantes mais antigos do Rio é uma viagem no tempo através da arquitetura, mobiliário e, claro, sabores. A lista poderia ser mais gorda, mas muitos já não mantêm a mesma cozinha reluzente de outrora. Como diz o provérbio português, antiguidade é posto.
Sustenta o título de restaurante mais antigo da cidade em funcionamento, e no mesmo endereço. Datada de 1884, a casa portuguesa é especializada em frutos do mar. As porções são fartas, assim como os preços. Mas, para quem estiver sozinho ou em busca de valores mais módicos, pode sentar nas mesas do lado de fora do restaurante, onde são servidos pratos executivos. O ambiente é simples e a fachada é coberta por azulejos azuis e brancos, como manda a tradição lusitana, pintados com letrinhas.
Na frente, um tradicional balcão com poucas mesas na calçada. Mas uma pequena porta abre caminho para o enorme salão do Lamas, aberto em 1874, que por anos foi ponto de encontro de intelectuais, políticos e artistas. Atualmente, é muito frequentado no almoço de domingo ou por notívagos em busca de uma sustância para comer durante a madrugada: o bar fica aberto até às 3h da manhã aos finais de semana. O cardápio é extenso e, sim, caro. Aposte nos pratos com filé mignon, bem acompanhados de arroz de brócolis e batatinhas portuguesas.
No coração do burburinho da Lapa, é difícil passar por lá durante uma madrugada e não ver as mesas tomadas por gente – o restaurante fica aberto até altas horas e é um fim de noite de respeito. Bom para tomar um chopinho ou ficar só no bolinho de bacalhau nota 10, acima da média dos encontrados nos restaurantes do Rio. Para arrebatar a fome, a pedida campeã é o cabrito assado, crocante por fora e macio por dentro, carne saborosíssima, guarnecido com arroz de brócolis e alhinho torrado. Uma opção mais leve é a truta. O ambiente é bem antigão, puro charme.
O estilo armazém da casa denuncia que o Paladino é coisa das antigas, a exemplo das deslumbrantes cristaleiras que guardam as dezenas de bebidas e as prateleiras com diversos produtos. O omelete é uma das receitas que sustentam a fama do local, como os de sardinha, bacalhau ou camarão. No entanto, as melhores pedidas são os sanduíches de pão francês , com casquinha crocante que envolve copa, salame e mortadela, frios que podem ser comprados à peso no balcão. O chope Brahma é bem tirado e repousa sobre 90% das mesas.
Endereço
: Rua Uruguiana, 226, Centro
Telefone
: +55 (21) 2263-2094
Horário:
Dom 07:00 às 20:30, Seg 07:00 às 20:30, Ter 07:00 às 20:30, Qua 07:00 às 20:30, Qui 07:00 às 20:30, Sex 07:00 às 20:30, Sab 08:00 às 12:00
O Bar do Gomes, para os mais jovens e íntimos, é um dos mais frequentados de Santa Teresa. Também pudera. A cerveja é sempre gelada, a cachacinha de gengibre é sensacional ea caipirinha imbatível. Isso sem falar nos deliciosos salgados que ficam dispostos no balcão e no ambiente pra lá de charmoso, com decoração que propõe uma viagem no tempo – o bar é de 1919. O estabelecimento ocupa toda uma esquina e a graça é ficar do lado de fora nas mesinhas altas, ponto de encontro das noites em Santa.